O XV Encontro Regional de Agroecologia
Nordeste: “A Formação Sociocultural na Transformação Política e Social da Vida
no Campo” receberá trabalhos científicos nas seguintes linhas:
“Agroecossistemas”; “O Campo e Suas Opressões”; “Educação” e “Agroecologia e
Política”; que serão discriminados abaixo.
Para
enfrentar o desafio estamos convidando estudantes, técnicos, agricultores e
movimentos sociais envolvidos em experiências concretas relacionadas a
atividades nos agroecossistemas, na educação, na política e com o campo e suas
opressões, no viés do ensino, pesquisa e extensão, com diferentes inserções,
áreas do conhecimento e propostas político-pedagógicas, espalhadas pelas várias
regiões do nordeste. Diante disso os trabalhos serão avaliados levando em
consideração alguns pontos principais, como:
- Ações de pesquisa/ensino/extensão que proporcionem a inter-relação
movimentos sociais – universidade – sociedade, através da participação
efetiva dos camponeses, que vise fortalecer a relação estudante-camponês
através de metodologias participativas, valorizando o saber empírico, além
de garantir uma linguagem comunicativa para todos os participantes do
encontro;
- Ferramentas e metodologias da educação popular que propiciem o
fortalecimento da identidade camponesa;
- A relevância dos trabalhos na construção do conhecimento
agroecológico, como perspectiva de fazer um acúmulo de ações de pesquisa e
extensão que sejam aplicáveis da realidade de agricultores e agricultoras
e dos movimentos sociais;
- Relato de experiências exitosas no processo de transição
agroecológica protagonizado por agricultores, agricultoras, estudantes e
organizações sociais.
- As experiências práticas que propõem a organização e articulação de diferentes atores no processo de transição agroecológica, bem como na construção de uma nova sociedade.
- Tenham como norte a convivência com o semiárido, trabalhando os temas como o manejo e uso racional do solos, a desertificação no semiárido, o uso de plantas forrageiras com estratégias da alimentação animal para a convivência com o semiárido bem como a resiliência dos agroecossistemas.
- Abordem a temática das Sementes Crioulas, trabalhando o conhecimento tradicional e as sementes da paixão, o resgate das sementes crioulas como um exemplo de economia solidária e como ferramenta na busca pela autonomia de sistemas camponeses, e essa proposta como forma da preservação da biodiversidade.
- Discutam e retratem as ações e execuções das políticas públicas para agricultar familiar destacando sua utilização na vida nos agroecossistemas focando na investigação sobre políticas hídricas, e como está ocorrendo na pratica a execução de políticas com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica - PNAPO e Política de Assistência Técnica e Extensão Rural – PNATER.
- Experiências práticas da viabilidade de Sistemas Agroflorestais, técnicas de permacultura através de práticas e experiências com base no conhecimento tradicional camponês que foram construídas de forma participativa;
- Educação popular e organização social deve abordar a perspectiva de expandir e recriar espaços de diálogos e reflexões sobre um “novo método de educação” como ferramenta de organização política no campo. Inserindo o camponês politicamente e auto-organizado. Reconstruir formas onde todos e todas possam participar da construção da sociedade mais humanizada. Pensando na valorização dos conhecimentos do campo e a interação dos sujeitos com suas realidades, entender que faz parte do processo de conscientização, e mostrar a importância do entendimento a partir da realidade. Deve abordar formas de organização Camponês para Camponês.
- A Educação transformadora na comunicação e extensão rural onde este tema deve trazer experiências exitosas e contextualizadas de extensão rural que desconstruam a ideia da extensão rural como forma de difundir o conhecimento técnico-científico. Mostrar as vivências realizadas com os agricultores e camponeses, como forma de valorização e preservação dos conhecimentos ancestrais de cuidado com a terra e com a vida, e como a comunicação como uma educação transformadora na produção do conhecimento aproximando práticas camponesas dos estudantes e pesquisadores na área de agroecologia, e qual o papel do mesmo no momento de uma intervenção ou acompanhamento de uma comunidade, bem como abordar quais as metodologias foram utilizadas para que o processo de autonomia seja garantido, e o saber camponês como seu conhecimento seja valorizado. Relatar experiências de atividades de resgate da cultura campesina.
- Cultura como instrumento de educação Destacar experiências de pesquisa e extensão como perspectiva de entender a cultura dos povos tradicionais como ferramenta educadora, abordando a forma de atuação na formação do ser e na sua perspectiva de entendimento do mundo. Analisar como os mitos e crenças são constituídos, qual a importância na valorização da comunidade e como contribui para fixação do jovem no campo. Como a cultura nasce no campo e qual a diferença entre produção de cultura e globalização, realizando isso através de análise de aspectos de linguística e comunicação através da educação e produção de cultura local como cirandas, coco, embolado, cordéis, etc. Explorar o campo da “observação participante”, como vivencia da realidade do camponês e o quanto este método é importante para o entendimento da realidade do campo e valorização da cultura. Abordar a importância dos relatos etnográficos ou diários de campo.
- Educação obrigatória x educação libertadora Abordar a contextualização cronológica da evolução dos métodos pedagógicos desenvolvidos historicamente com foco em experiências de ensino pesquisa e extensão dentro e fora da universidade, na transformação do método educacional adotado desde o século XVIII e difundido pelo mundo como educação obrigatória. Contemplar expositivamente como o método da pedagogia libertadora atua hoje e como se desenvolveu, assim como seus idealizadores e teóricos que seguem esta linha pedagógica voltada para a valorização do sujeito e de sua cultura. Realizar um comparativo entre educação libertadora e a obrigatória hoje, mostrando as linhas de trabalho de ambas. Abordando também os conceitos da educação na agricultura biodinâmica e como a agroecologia atua como ferramenta de transformação neste processo.
- Trabalhar a educação libertadora e suas linhas, abordando também educação popular e educação do campo. Neste tema se enquadra trabalhos que mostrem a educação como forma de ecologia política.
- Resgatem, na área da pesquisa e/ou extensão, a verdadeira face dos
movimentos sociais, trabalhando com a conceituação teórica aliada a
experiência prática dos movimentos sociais na construção de uma nova
sociedade. No embasamento teórico é importante trazer o recorte de classe
a fim de evidenciar o poder da mídia – burguesa – frente à criminalização
dos movimentos;
- Contribuam no resgate histórico das lutas dos movimentos sociais,
sobretudo dos movimentos do campo, trazendo experiências que possam descriminalizá-los
em sua totalidade, além de mostrar os frutos da pesquisa relacionada às
ações práticas de lutas que estão sendo travadas nos dias atuais,
principalmente no que diz respeito à reforma agrária;
- Abordem as experiências dos movimentos agroecológicos, sua
história, frutos e organização nos espaços da universidade frisando sua
importância e as conquistas alcançadas, embasando conceitualmente, além de
analisar esses grupos como uma como ferramenta de debate dos espaços da
universidade relacionando sua atuação junto aos camponeses na perspectiva
da transformação social;
- Tragam experiências e resultados da formação e organização de
movimentos e grupos estudantis do nordeste, trazendo seus conceitos além
de resgatar seu histórico, sua importância organizativa e seus resultados
dentro dos espaços universitários e nos espaços que dialoguem com a
sociedade, podendo serem abordados as experiências das executivas de
cursos, dos coletivos auto organizados e movimentos agroecológicos que
organizam-se na universidade;
- Trabalhem a introdução ao socialismo, conceituando, por exemplo:
capitalismo, comunismo, socialismo, luta de classes, papel do Estado,
ditadura do proletariado, capital, marxismo, enfim, todo assunto que tenha
uma ligação ao socialismo; ou de análise de alguma experiência concreta do
socialismo como as revoluções socialistas já vivenciadas no mundo ou,
ainda, a atual conjuntura de países socialistas;
- Evidenciem de que forma, por quais motivos e com que intensidade o
modelo capitalista reverbera no meio rural, trazendo experiências de
espaços realizados no campo, como momentos de debate, vivências;
- Contribuam com um resgate histórico dos outros meios de produção já
existentes a fim de esclarecer que o capitalismo não é um fim em si mesmo,
tampouco o único sistema que existiu. Além de proporcionar a compreensão e
reflexão acerca da conjuntura atual do globo.
- Trazer o recorte da violência física, roubo, latrocínio, drogas, o
porquê da existência destes e mostrar como estão relacionados a luta de
classes. Mostrar a importância da auto organização dos coletivos contra
opressões no campo. Apresentar um histórico da luta de classes e suas
opressões.
- Trabalhar acerca da mulher no campo e o feminismo. A Importância da
participação da mulher na resistência camponesa. Abordar à cerca da
agroecologia e feminismo, assim como o protagonismo feminino na transição
agroecológica. Temas relacionados à divisão do trabalho e agricultura
familiar, seus moldes e seus resultados.
- Mostrar que, assim como na cidade, o campo também sofre com
homofobia. Mostrando que é preciso políticas públicas voltadas para o tema
da diversidade sexual. Abordar agroecologia e diversidade sexual.
Desigualdade de gênero e geração, transição do modelo tecnológico para a
agroecologia. Formação para jovens mulheres – educação formal e
não-formal, que considere o direito ao corpo, à sexualidade e à
diversidade sexual.
- As políticas sobre saúde e direitos sexuais. Políticas de fomento
para capacitação e infraestrutura que incluam todos as etapas produtivas
(produção, industrialização e comercialização) específicas para a geração
de trabalho e renda para as mulheres jovens do campo, de forma
desburocratizada, enfocando a agricultura camponesa agroecológica.
- Campanhas nos meios de comunicação que valorizem a vida no campo contribuindo para superação de estereótipos, preconceitos, discriminações e mostrando a diversidade que existe (gênero, raça/etnia, sexualidade, geração). Organização/constituição de grupos de jovens mulheres que atuem no monitoramento da execução das políticas. Trazer um recorte de raça dentro do campo nordestino, desde a abolição da escravidão até os dias de hoje. Relacionar o êxodo rural com as favelas nas grandes cidades trazendo o recorte de raça. Assim como preconceito e exclusão.
Terá ISBN os anais com os artigos completos?
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